Hoje, quarenta anos depois, nos vemos num cenário absolutamente distinto, mas igualmente fervilhante. Entre outros motivos, a verdadeira explosão das tecnologias de produção e difusão de imagens fez com que os festivais do Brasil e do mundo inteiro se vissem inundados por filmes inscritos e, com isso, a sensação resultante não é muito distinta da que tinham aqueles realizadores motivados por convulsões estéticas e políticas tão urgentes quanto as de hoje. O fato resultante é que nem aquele que tem sido considerado o maior festival de cinema do Brasil tem mais a possibilidade de dar conta desta verdadeira imensidão daquilo que se produz em audiovisual hoje no país. É com esta constatação, acima de todas, que nasce esta I SEMANA DOS REALIZADORES.
É importante que duas coisas fiquem bem claras de saída, já neste nascimento. A primeira é que sabemos que não será somando apenas mais uma outra seleção, que exibirá mais dez ou quinze filmes, que daremos conta de uma tamanha pujança produtiva e criativa como a que hoje atravessa o Brasil, "como nunca antes na história desse país" continental (em números absolutos e em abrangência regional). Até por isso já há tantos outros festivais e mostras pelo país, nos mais diferentes enfoques. No entanto, consideramos significativa a duplicação dos pontos de vista representada pelo simples fato de que passem a ser dois, e não mais apenas um, os olhares lançados sobre a produção audiovisual no contexto deste momento privilegiado do ano em que os olhos cinematográficos do país se voltam para o Rio de Janeiro. Isso não só é algo mais do que saudável, mas necessário mesmo, principalmente por surgir das ansiedades e demandas de um grupo de realizadores de filmes.
A segunda coisa que precisa estar bem clara é que este olhar não se pretende contrário, mas sim alternativo e complementar, ao que o Festival do Rio apresenta. Se vivemos uma época marcada por uma perspectiva cada vez mais polemista, é preciso constatar como a maior parte destas polêmicas não possuem de fato qualquer profundidade, marcadas pela facilidade das oposições antagônicas simplistas e dos factóides. Pois a SEMANA DOS REALIZADORES continua interessada em conhecer e ver aquilo que a Premiére Brasil nos deixará ver do cinema brasileiro a partir da semana seguinte à nossa realização. Acreditamos afinal que, se surgimos quarenta anos depois do evento que nos deu nossa inspiração primeira, precisamos também haver aprendido algo com as lições e caminhos desta história prévia. Por lá, hoje os dois espaços (o de uma "seleção oficial" e o de uma "dos realizadores") reconhecem o papel distinto de cada um deles - algo que ficou mais do que óbvio neste ano em que vimos um ganhador de duas Palmas de Ouro abrir a seleção da Quinzena dos Realizadores e uma série de realizadores descobertos nesta última participando da competição.
A nossa pequena e incipiente iniciativa nasce, portanto, com esta mesma ambição, nada pequena: não a de fazer ver alguns filmes AO INVÉS de outros, mas a de fazer ver e destacar MAIS filmes ALÉM daqueles que já se vêem.
Eduardo Valente
Felipe Bragança
Gustavo Spolidoro
Helvécio Marins Jr.
Kléber Mendonça Filho
Lis Kogan
Marina Meliande
Fundadores da SEMANA DOS REALIZADORES
Incrível! iniciativa fundamental! Vida longa à semana dos realizadores!
ResponderExcluirIrrepreensível, ótima atitude, cada espaço aberto para a expressão é uma vitória a mais!
ResponderExcluirParabéns, com certeza participarei vendo os filmes!
vida longa á estes realizadores/criadores abrindo seus espaços e olhares!!
ResponderExcluirParabéns turma.
ResponderExcluirFaz tempo que a cidade precisava de um evento de exibição alternativo ao Festival do Rio.
muito bom!
ResponderExcluircláudio marques
Olá,
ResponderExcluirsou estudante de jornalismo e gostaria de fazer uma entrevista sobre a Semana dos Realizadores.
Se possível entre em contato comigo pelo email:
hebert.maia@yahoo.com.br
Atenciosamente,
Hebert
e que galera boa!!! eu vou hoje, com certeza. Primo.
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